Cardiacas

As doenças cardíacas são cada vez mais freqüentes em cães e gatos. Tanto é assim que um em cada dez animais são vítimas destas doenças, sobretudo aqueles considerados idosos (a parir do 8º ano de vida). Os filhotes também podem sofrer de doenças cardíacas, mas congênitas.

Ao contrário do que pode ocorrer com o homem, os animais não são vítimas de infarto do miocardio, mas de micro-infartos decorrentes da degeneração do músculo cardíaco. Assim sendo, animais não morrem de infarto.

Cães e gatos não sofrem dos mesmos tipos de doenças cardíacas. Nos cães, as mais comuns são aquelas causadas pela degeneração das válvulas do coração (principalmente nos de pequeno porte e nos idosos), conhecida como fibrose da válvula mitral e a cardiomiopatia dilatada, que corresponde a uma falha na contração e na dilatação das câmaras do coração. Já nos gatos, a doença cardíaca mais comumente encontrada é a cardiomiopatia hipertrófica, que é causada pelo engrossamento das paredes do coração.

Existem, ainda, as parasitoses cardíacas, como a Dirofilariose, mais freqüente em cães do que em gatos e que acomete, principalmente, animais que vivem no litoral ou próximo dele. Isso porque a Dirofilariose é causada pela microfilária, que é a larva de um mosquito infectado pela doença, depositado no animal por meio de uma picada e que se aloja na cavidade do coração causando o aumento do ventrículo direito, o que pode resultar em uma parada cardíaca ou em embolia. Embora possa ser fatal, se a Dirofilariose for detectada a tempo, pode ser tratada.

Os sintomas mais freqüentes em animais cardiopatas podem ser percebidos, sobretudo nos animais idosos, caso haja emagrecimento, dificuldades para respirar, sono maior que o habitual, tosse, fadiga, aumento abdominal, alteração da coloração da língua, rejeição a atividades físicas, etc. Os gatos podem, ainda, apresentar paralisia dos membros.

Por isso é imprescindível que ao menor sinal desses sintomas, principalmente nos cães e gatos com idade avançada, seja feita uma visita ao veterinário a fim de que, com a ajuda do histórico do animal e através de exames clínicos e laboratoriais seja possível o diagnostico. Quanto antes for diagnosticadas as doenças cardíacas, maior é a probabilidade de sucesso no tratamento que poderá ser realizado à base de medicamentos específicos para cada uma das variações de doenças cardíacas, inclusive com a utilização de diuréticos e vasodilatadores. Tudo, sempre, a critério do médico veterinário responsável pelo acompanhamento do animal.

Existem alguns cuidados perfeitamente possíveis, a título de prevenção, como uma alimentação adequada e balanceada (o que auxilia no aumento da qualidade e da expectativa de vida do animal) e visitas regulares ao veterinário para que este certifique-se de que não há nenhuma anormalidade na saúde do animal e que, conseqüentemente, seja possível a prevenção de outros tipos de problemas.

Dr.Maurício Pires

CRMV 17.407 - mau.pires@bol.com.br




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